Kelvin Kerber fez relato eu seu instagram e detalhou como foi favorecido por um erro de dealer no Dia 2 do Evento US$ 3.000 Nine Game Mix da WSOP 2025
Durante a reta final do Dia 2 do Evento US$ 3.000 Nine Game Mix da WSOP 2025, um lance inusitado marcou a trajetória do brasileiro Kelvin Kerber rumo ao Dia Final.
Em uma jogada disputada na modalidade Razz, um erro da dealer alterou significativamente o rumo da mão e acabou beneficiando o jogador.
O episódio ocorreu quando o pote já ultrapassava 500.000 fichas.
No Razz, a última carta (Seventh Street) deve ser distribuída fechada, mas a dealer revelou acidentalmente a carta de Kelvin — um sete, que o deixaria em desvantagem.
O floor veio á mesa e aplicou o procedimento padrão: o descarte da carta visível e entrega de uma nova carta.
Dessa vez, Kelvin recebeu um oito, melhorando sua mão e vencendo o pote.
A situação gerou revolta do adversário direto, que reclamou intensamente com a dealer, enquanto Kelvin manteve a postura e seguiu na disputa.
O sócio do Samba Poker Team, que vem se destacando cada vez mais nos mixed games, compartilhou os detalhes do incidente em seu Instagram:
Leia o relato a seguir:
Deixa eu contar pra vocês o que aconteceu numa mão de Razz. Essa mão foi uma daquelas mãos grandes. Foi cap pré, bet em todos os streets, enfim… A gente estava no sexto draw, naquela situação meio clássica no Razz: ele claramente já tem uma mão feita, e eu tô claramente num draw, mas com uma mão que, se completa, é melhor que a dele. Aí, o que acontece? A dealer vai dar a última carta, que no Razz tem que ser fechada. Só que, na hora, ela abre a carta — fez o movimento de abrir — e percebe que era fechada. Imediatamente ela abaixa, só que a galera do outro lado da mesa viu. Eu e o cara à minha esquerda não vimos, mas algumas pessoas viram.Chamam o floor, aquele procedimento todo… E aí? A carta tem que ser embaralhada de novo junto com o baralho restante. Só que, como teve gente que viu, ela precisa mostrar qual era a carta antes de reembaralhar. E adivinha? Era um sete. Eu ia fazer um par de sete… e perder o pote grande.
O cara ficou maluco. Começou a reclamar, ficou indignado: ‘Isso não existe! Tá louca! Isso é erro de dealer apressada, olha o tamanho desse pote!’ Beleza. Ela me dá uma carta, dá uma carta pra ele… e eu puxo um oito. Provavelmente, agora eu tenho a melhor mão. Ele dá check.
E ali eu pensei: ‘Ok, aqui eu tenho quase sempre a melhor mão.’ Mas falei: não vou apostar. Porque, não quero tirar fichas suas, pois em um cenário onde você ganharia o pote, disse pra ele. E, cara, no fim das contas, tudo é randômico, né? Podia ter sido o contrário. Ela podia ter me dado aquele sete, que me faria perder, ou esse oito, que me fez ganhar. É variância, é sorte, é poker.
Óbvio, eu entendo a frustração do cara. De verdade, eu entendo. Mas, mano… ele foi muito exagerado. Foi bem cuz**, pra falar a real. Tudo bem, é um pote grande, é uma mão importante… Eu entendo. Mas, tentando ser frio e racional, cara… é random! É variância, é poker. Nesse caso, deu certo pra mim, mas podia ter dado tudo errado. Podia ser que ela me desse uma carta que me fazia perder. Ou, pior, podia ser aquele cenário clássico: ela me dá um 8, que melhora minha mão, mas melhora ainda mais a mão do cara, e eu ainda perco mais ficha. Tudo pode acontecer, velho.
Então, sinceramente, você não pode ficar tiltado com erro de dealer nesse tipo de situação. Na prática, você ia ganhar aquela mão, beleza, mas o erro dela, em termos de EV, não custou absolutamente nada. Não é como se ela tivesse pego suas cartas e te feito perder automaticamente. É EV zero.
Já rolou uma situação parecida comigo, inclusive. Dia 4 do EPT. O dealer queimou a carta do botão, e virou um Ás. Aí, nas próximas duas cartas do baralho, vieram… um Ás e um 9. Ele embaralhou de novo pra não saber qual era a ordem. Então assim: ou eu teria o Ás, ou eu teria o 9… e eu sei disso. Faz parte. Mas, honestamente? Dealer errar é parte do jogo. E, no fim das contas, tudo continua sendo aleatório”, finalizou.
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